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VÍDEO: como está o ensino presencial um mês depois da retomada

Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

RESUMO
  • O retorno presencial da educação foi permitido no final de abril
  • Representantes sindicais eram contrários, principalmente por não haver vacinação para este grupo ainda
  • Foram registrados casos de Covid pelo menos em 22 escolas somente em Santa Maria
  • A imunização começou, mas ainda não é completa
  • Sindicatos ainda são contrários ao retorno, mas se dividem nas estratégias de posicionamento
  • O Estado avalia que não é necessário mudar protocolos por enquanto


O Rio Grande do Sul permitiu a retomada de aulas presenciais no final de abril, depois de um decreto do governo estadual. O documento foi emitido depois que o Estado passou inteiramente da bandeira preta para a vermelha no antigo modelo de Distanciamento Controlado. O tema foi um dos motivos que levou o governador Eduardo Leite (PSDB) a abolir o sistema e lançar o 3 As, que é ainda mais brando quanto ao ensino presencial. Pouco mais de um mês depois da liberação, começou a vacinação de trabalhadores de escolas, mas a "retomada ao normal" ainda está longe.

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Atualmente, o protocolo do Sistema 3 As impõe o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre classes ou carteiras. Não há definição sobre ocupação máxima, que era até 50% com o Distanciamento Controlado. Protocolos regionais podem definir um teto por sala, mas isso não existe no caso da Associação de Municípios da Região Central (AM Centro).

De qualquer forma, é instituído o ensino híbrido, com aulas ministradas remotamente e presencialmente. O objetivo é garantir o distanciamento nas salas de aula. Os primeiros níveis a ter autorização foram a Educação Infantil e os 1º e 2º anos do Ensino Fundamental. Progressivamente, os retornos foram avançando a outros níveis.

- O retorno tem sido dentro do que a gente planejou. Esse modelo híbrido é algo que as escolas nunca tinham operado. Todas estão muito bem alinhadas no cumprimento dos protocolos, estamos acompanhando necessidades de adaptações. Tem diálogo com poder público sobre o andamento do processo, que tem se dado de forma muito serena, dentro do que já imaginávamos - avalia Carlos Henrique Sardi, diretor do Colégio Marista Santa Maria e representante do Sindicado do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS).

No Marista, dos 1.060 estudantes, Sardi afirma que 80% aderiram à presencialidade. É determinado pelo governo estadual, que mesmo com a possibilidade de retorno, os responsáveis pelos alunos podem optar pelo presencial ou remoto. Há, ainda, o escalonamento entre as modalidades.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Por meio da assessoria de comunicação, o Sinepe afirmou que não há demanda para que o governo estadual mude os protocolos sanitários atuais. Isso concorda com a avaliação positiva de Sardi no caso do Marista, em Santa Maria.

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A avaliação do Sindicato dos Professores Privados (Sinpro/RS) é ao contrário. Segundo, a diretora do colegiado regional de Santa Maria do Sinpro, Maria Lúcia Coelho Correa defende que os protocolos atuais não são suficientes para garantir segurança quanto ao coronavírus.

- Tivemos casos de professores infectados. Claro que nos preocupamos com  as crianças. E não são apenas elas que correm risco - defende a professora.

Quando foi anunciado o retorno presencial, o Sinpro e outros sindicatos, como Cpers e Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), foram contrários. Eles condicionavam a retomada à vacinação. Atualmente, os trabalhadores da educação já começaram a ser vacinados, mas apenas daqui a três meses haverá aplicação de segunda dose para este grupo. Em Santa Maria, entre rede particular e pública, pelo menos 22 escolas registraram casos de Covid logo após a retomada.

REGRAS
A Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (Seduc) confirmou, via assessoria, que os protocolos sanitários seguirão em vigor da maneira que estão atualmente. Mesmo com a vacinação iniciada, não há previsão de alteração. 

  • Distanciamento mínimo de 1,5 metro entre classes, carteiras
  • Ensino híbrido a fim de respeitar a lotação máxima das salas
  • Ocupar em horários diferentes os espaços coletivos de alimentação
  • Distância de 2 metros entre mesas e grupos em restaurantes e espaços de alimentação
A avaliação do secretário municipal da saúde, Guilherme Ribas, é de que não há como flexibilizar neste momento, mesmo com a vacinação. Ele defende que a análise seja feita futuramente.

- A vacina começa a ter efeitos (de imunidade) a partir do 21º dia depois da aplicação. Então, isso tem que ser planejado para verificar a forma mais tranquila. Sempre fazemos ajustes. Falo muito com a secretária de educação (Lúcia Madruga) e com o comitê para contemplar o grupo e garantir a retomada positiva. Estamos em Alerta (no 3 As), então vamos pelo cenário que temos na cidade conforme nossa taxa de ocupação e vacinação. Nisso que temos que nos regrar agora - afirma.
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Foto: Renan Mattos (Diário)

REDE MUNICIPAL
O Sinprosm teve forte aderência a uma greve ambiental e manteve apenas atividades remotas. Depois do começo da vacinação da categoria, até houve uma nova assembleia, mas o retorno presencial foi descartado enquanto não houver completa imunização.

REDE ESTADUAL
O Cpers descartou, em assembleia, a greve sanitária, em que as aulas presenciais não aconteceriam, mas as atividades seguiriam no modo remoto. Mesmo assim, segundo a 8ª Coordenadoria Regional de Educação, apenas 17% dos alunos da região coberta retornaram às escolas. Isso representa 5 mil em um universo de 29 mil.

O governo estadual lançou o Avaliar é Tri para mensurar a aprendizagem da rede estadual durante a pandemia. O objetivo é reforçar competências necessárias a partir dos resultados.

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